Totalismo vs. Tese de Cassiciacum

Por Padre Vili Lehtoranta


Totalismo vs. Tese de Cassiciacum por Padre Vili Lehtoranta

N. do T.: O presente artigo foi primeiramente publicado no site oficial do reverendo[1] no dia 31 de outubro de 2022, Vigília de Todos os Santos, em língua inglesa. Pouco menos de um ano após sua ordenação presbiteral em novembro de 2011 por Dom Daniel Dolan (R.I.P.), Pe. Lehtoranta começou a exercer seu ministério na Capela de Santa Gertrudes, a Grande[2] em West Chester, Ohio, EUA, ora chefiada por Dom Charles McGuire, onde permanece até o presente momento.

Festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, 29 de junho de 2023.

Preâmbulo

No fim de outubro de 2022, fui convidado para uma entrevista no programa chamado O Podcast da Família Católica[3], apresentado pelo Sr. Kevin Davis. O Sr. Davis anteriormente invitara Dom Donald Sanborn para falar sobre a Tese de Cassiciacum, também conhecida como a Tese de Dom Guérard des Lauriers. Dom Sanborn, Reitor do Seminário da Santíssima Trindade [4] em Reading, Pensilvânia, é um dos mais célebres proponentes da Tese, ao lado do Padre Francesco Ricossa, diretor do Instituto Mãe do Bom Conselho (IMBC)[5] em Turim, Itália.

Como eu mesmo tinha, desde a minha ordenação em 2011, trabalhado de perto com Dom Daniel Dolan e Pe. Anthony Cekada, ambos os quais rejeitaram a Tese, e também tinha aprendido com eles alguns problemas que lhe dizem respeito, aceitei o convite do Sr. Davis para dar uma resposta à entrevista de Dom Sanborn. Essas objeções, e a posição mantida pelo Pe. Cekada, são geralmente chamadas de Totalismo, o que significa a total vacância da Santa Sé, e a total rejeição da falsa igreja de Jorge Mario Bergoglio. O Sr. Davis e eu havíamos originalmente planejado fazer a entrevista em maio, mas, por conta da morte inesperada de Dom Dolan em abril e da mudança do Seminário da Santíssima Trindade da Flórida para a Pensilvânia, minha entrevista foi adiada para outubro[6]. Neste artigo farei uma comparação entre a Tese e o Totalismo e apresentarei minhas objeções a ela de um modo mais completo do que pude fazer na entrevista de uma hora.

1. A Tese é Sedevacantismo?

Sedevacantismo vem das palavras latinas sede vacante, a sé está vacante. A razão pela qual a Igreja pode ficar sem Papa por um longo tempo, mesmo por décadas, é que o Papa é a chamada cabeça visível da Igreja[7] , enquanto Cristo é a chamada Cabeça invisível[8]. Então a Igreja nunca é um Corpo sem cabeça ou imperfeito, mas tem sempre Cristo como sua Cabeça, mesmo quando ela está ocasionalmente desprovida de sua cabeça visível, o Papa.

Quando fica a Igreja, então, em um estado de sede vacante? Segundo o Pe. Umberto Benigni, professor de história eclesiástica e fundador da Sodalitium Pianum,[9] sede vacante papal é o período “entre a morte do papa e a eleição de seu sucessor”[10]. Esta é a posição dos Totalistas, que sustentam que a Santa Sé está vacante desde a morte do Papa Pio XII em 1958, porque Angelo Roncalli era um modernista, estava fora da Igreja Católica e, logo, não era de modo algum hábil para receber o papado, e também aqueles que foram eleitos para suceder- lhe não atenderam às condições necessárias para ser um verdadeiro e legítimo Papa.[11]

O argumento da Tese, em contrapartida, é que a eleição de 2013, que escolheu Jorge Mario Bergoglio, vulgo “Papa Francisco”, foi uma verdadeira eleição papal, da mesma forma que a eleição de 1903, que elegeu S. Pio X, foi uma verdadeira eleição papal. De acordo com o Pe. Damien Dutertre, um dos proponentes da Tese, Bergoglio e seus predecessores (e sucessores) “podem eleger validamente e ser validamente eleitos na Igreja”, e não são papas apenas porque “eles não aceitaram propriamente sua eleição ao papado.”[12] Disto se segue que a nossa situação nesses tempos de Bergoglio “não é, por conseguinte, uma de pura vacância da Sé Romana.”[13] Pe. Ricossa o afirma de forma ainda mais nítida: “A Sé está ocupada por ele, e não pode ser ocupada por outra pessoa enquanto a eleição não for declarada nula pela Igreja.”[14]

Por conta disso, nós, Totalistas, não enxergamos os adeptos da Tese como autênticos e verdadeiros Sedevacantistas. Se há um legítimo requerente que se senta no trono de S. Pedro, e sua eleição foi válida, então não nos encontramos em estado de sede vacante tal como foi definido pelo Pe. Benigni.

2. Onde está a Hierarquia hoje?

A grande coisa que os adeptos da Tese dizem que a torna superior em relação ao Totalismo é que ela salva a continuidade da hierarquia apostólica. Eles alegam que no sistema Totalista isso está perdido.

Primeiramente, vejamos o que significa apostolicidade. A definição é dada pelo Pe. Jean-Vincent Bainvel (1858 – 1937), reitor da faculdade de teologia do Instituto Católico de Paris de 1913 a 1925:

É, de fato, uma coisa óbvia: sendo a Igreja um corpo social hierárquico, é preciso pertencer a este corpo social a fim de tomar parte na autoridade de sua hierarquia. Sem a sucessão apostólica, a hierarquia não é mais aquela que Cristo instituiu: é uma obra humana; e ainda que os sacramentos permanecessem, o mesmo não aconteceria à autoridade; pois o poder de ordem não carrega por si mesmo o poder de jurisdição: este é atrelado à missão, à legítima sucessão. Confessar a Cristo não é suficiente, nem mesmo ter os sacramentos. Nós somos seu povo, pertencemos à sua Igreja (falo externamente) quando obedecemos aos pastores estabelecidos por ele, enviados por ele. É, portanto, para uma Igreja uma questão crucial, esta da legítima sucessão[15].

Então, desde o início, Bergoglio está desqualificado para qualquer coisa que envolva a continuidade da hierarquia, porque é um herege e um apóstata, o que, veremos mais adiante, faz com que ele automaticamente deixe de ser membro da Igreja. Em outras palavras, ele não tem sequer o mínimo necessário para ser um detentor legítimo da continuidade da hierarquia na Igreja de Cristo. Os coroinhas que servem na minha Missa escolar diária são mais sucessores dos Apóstolos que Bergoglio, pois ao menos são católicos, enquanto Bergoglio não o é. Como diz o Bispo, ao ordenar um Subdiácono, nas instruções ao ordenando: “Tudo que não é da fé é pecado, e cisma, e fora da unidade da Igreja”[16].

Conforme também vemos na definição, todo aquele que afirma ser um Bispo Católico precisa possuir duas coisas: 1) ordens válidas, e 2) a legalidade, ou poder de jurisdição.

Pe. Cekada apresentou extensivamente seus argumentos que demonstram que Bergoglio e sua igreja não possuem ordens válidas[17]. Portanto, Bergoglio e seus bispos já estão desqualificados para ter qualquer envolvimento na apostolicidade da Igreja por duas razões: 1) eles não são católicos, e 2) eles não possuem ordens válidas.

Então, Bispos Sedevacantistas, que têm a fé católica e ordens válidas, possuem jurisdição? Segundo a Tese, não. O Pe. Nicolas Despósito, um dos professores do Seminário da Santíssima Trindade, escreveu:

Bispos sedevacantistas não gozam de nenhum título de jurisdição. A jurisdição de suplência sacramental no foro interno exercida per modum actus na Confissão não deve ser confundida com a jurisdição ordinária para governar a Igreja, que pertence ao foro externo, é habitual e só pode ser concedida por um Papa. Já que bispos sedevacantistas não fazem parte da hierarquia legal-material da Igreja, que é a base para status jurídico, e não possuem título (seja verdadeiro, aparente ou presumido) de jurisdição sobre território algum, eles não possuem o direito de representar a Igreja inteira em um Concílio Geral. O único poder que bispos sedevacantistas têm é o poder das ordens, que lhes possibilita ordenar sacerdotes validamente e conferir a confirmação[18].

A posição Totalista, por outro lado, sustenta que, sem legalidade, nenhum Bispo – Sedevacantista ou não – pode ser um verdadeiro sucessor dos Apóstolos. Ele seria, nesse caso, não um verdadeiro Bispo, mas um ladrão, como diz Nosso Senhor: “Quem não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. O que entra pela porta, é Pastor das ovelhas.”[19]

Mas, como define o Código de Direito Canônico (CDC) de 1917, além da jurisdição ordinária que o Papa e os Bispos diocesanos detêm, existe o que se chama de jurisdição delegada (que não é o mesmo que jurisdição de suplência): O poder ordinário de jurisdição é aquele atrelado ao ofício por lei; delegado [é aquele poder que] é confiado a uma pessoa[20].

Nos tempos em que a Igreja possuía Papas a legitimidade dos Bispos era provada através do mandatum, que era um documento papal concedendo permissão para a sagração de um Bispo, que iria servir como um Bispo em qualquer capacidade, tal como Bispo titular ou auxiliar. Aos Bispos diocesanos era concedida a nomeação canônica, que designava o Bispo como um Bispo ordinário ou residencial.[21]

Visto que a missão da Igreja de salvar almas é lei divina, e a maneira pela qual essa missão é delegada ao longo dos tempos e lugares é meramente lei humana, Bispos Católicos Tradicionais não estão obrigados a “buscar permissão” de nenhuma instituição modernista, ou de nenhuma “hierarquia legal-material”. Ao contrário, já que Cristo ainda permanece como Cabeça invisível de Sua Igreja, Ele, nos tempos em que não há cabeça visível, concede legitimidade e a obrigação a cada Bispo para validamente e legalmente “julgar, interpretar, consagrar, ordenar, oferecer sacrifício, batizar e confirmar”, tal como se diz no rito de Sagração Episcopal. Como assinalou o Pe. Cekada: “Esta lei divina sempre perdura, junto com a jurisdição do Cristo necessária para cumpri-la” [22].

Pessoalmente, não sei por que algum Católico Tradicional teria algum problema com isso. Não há Papa. Não há Bispos com jurisdição ordinária. Pode- se presumir que uma lei eclesiástica humana está acima da lei divina de Cristo de fazer o que Bispos e padres Tradicionais têm feito por décadas, a saber: estabelecer igrejas e missões, onde conferem Sacramentos e instrução aos fiéis? Então a resposta para a pergunta “onde está a hierarquia?” é que ela se encontra nos Bispos Católicos Tradicionais, que foram sagrados validamente e legalmente.

Mas ainda que alguns tivessem um problema com isso, a Tese não se tornaria de alguma forma verdadeira por conseqüência. Porque, segundo a Tese, a hierarquia de Bergoglio, conforme assevera o Pe. Despósito, “goza de um status legal que só pode ser removido mediante um processo legal”[23]. Mas isso conduz a um dilema bem pior que qualquer problema que poder-se-ia ter com a posição de os Bispos Tradicionais serem a verdadeira hierarquia. Se somente a hierarquia de Bergoglio é legal, então a única conclusão lógica é a de que os Bispos e padres Sedevacantistas são ilegais. Não há como a Tese contornar isto. Se Bergoglio possui o poder de designar onde a sucessão legal continua, ele também precisa ter o poder de designar onde ela não continua. E sua igreja já o fez ao declarar ilegais aqueles clérigos Tradicionais que derivam suas ordens do Arcebispo Pierre Martin Nho Dinh Thuc:

Finalmente, no que concerne aos que já receberam ordenação desta maneira ilícita, ou que talvez receberão ordenação deles, o que quer que seja quanto à validade das ordens, a Igreja não reconhece nem reconhecerá sua ordenação, e no tocante a todos os efeitos jurídicos, os considera no estado em que cada um se encontrava anteriormente, e as supracitadas sanções penais permanecem em vigor até que haja arrependimento[24].

É claro que nenhum adepto da Tese diria que suas ordens ou sua missão são ilegais. Mas esta é a única conclusão lógica se aceitarmos a teoria da “hierarquia legal-material”. Se esse sistema não pode ser aplicado de forma lógica, não deve ser aplicado de forma alguma.

3. Onde está a Igreja Católica?

Como já pudemos ver acima, os adeptos da Tese enxergam a hierarquia de Bergoglio como legal. Outrossim, argumentam que a igreja de Bergoglio “não é uma Igreja separada, mas sim descreve o fenômeno de prelados modernistas tentando impor sua religião venenosa sobre a Igreja Católica.” [25]

Pe. Despósito o exprime da seguinte maneira: O termo “Igreja oficial” deve ser entendido aqui como a hierarquia material da Igreja Católica, que permanece a mesma antes e depois do Vaticano II. Seria teologicamente errôneo – até mesmo herético – designar formalmente a hierarquia do presente momento como a Igreja Católica. Tecnicamente, o Vaticano II foi o começo de uma nova religião, mas não de uma nova Igreja [26].

Aqui vemos como a Tese tenta construir sua própria realidade alternativa. Um pouco como no nominalismo, uma idéia “descreve” um conceito que não necessariamente coincide com a realidade. As coisas não são tal como aparentam. Também se assemelha ao Kantianismo, onde o “fenômeno” como idéia da nossa mente é realmente extinto da coisa em si, o que nossa mente não pode compreender. [27]

Então, nesse mundo inventado da Tese, pode parecer que essa organização eclesial de Jorge Mario Bergoglio não seja a Igreja Católica, mas, contrariando informações provenientes de todos os sentidos, a verdadeira Igreja de Cristo permanece intacta nela.[28]

Este é um conceito que os Totalistas rejeitam completamente. Nós dizemos que a eleição de João XXIII em 1958 foi o começo tanto de uma nova religião quanto de uma nova igreja. De maneira completamente independente da opinião de quem quer que seja, a organização eclesial de Jorge Mario Bergoglio, uma entidade notoriamente visível, ou é o Corpo Místico de Cristo, isto é, a Igreja Católica, ou não é. Não há terceira alternativa. É por isto que os opositores da Tese são chamados de Totalistas, porque rejeitamos totalmente a idéia de que essa seita herética de Bergoglio tenha alguma coisa a ver com a verdadeira Igreja de Cristo, seja legalmente ou na realidade. Patrick Henry Omlor rotulou essa seita de “Igreja Larápia”[29] e escreveu:

Pois exatamente quanta “mudança” pode a Igreja Católica suportar e continuar sendo a Igreja? São manifestos para todos verem os esforços frenéticos dos ladrões em destruir todos os laços e ligações com o passado, em erradicar da memória todos os vestígios da Igreja antiga, verdadeira e tradicional. Pensar que a nova Igreja Larápia é propriamente a mesma Igreja Católica, esta que ela tenta apagar da memória tão deliberada e laboriosamente? Absurdo dos absurdos![30]

E o Sr. Omlor escreveu estas palavras em 1971! Enxergar a Igreja do Vaticano II como a mesma coisa que a Igreja Católica? Absurdo dos absurdos. A não ser que se adote a mentalidade de um dos nossos ex-presidentes, que tinha dificuldades para compreender o significado do verbo “é”[31], todos devem admitir que a organização eclesial de Jorge Mario Bergoglio ou é a verdadeira Igreja ou não é. Após sua suposta excomunhão da Igreja em 1983, Dom Moisés Carmona (1912 – 1991), um dos bispos sagrados por Mons. Thuc, escreveu ao Arcebispo de Chihuahua, Adalbert Almeida, replicando:

De qual Igreja, Mons. Almeida – daquela de sempre – ou da nova? Vós, apóstatas, representantes eminentes da Igreja do Vaticano II, tendes poder de excomungar aqueles que permanecem na Igreja de sempre?... É uma glória para nós sermos excomungados por nossa lealdade à Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica; desejamos que cheguem mais excomunhões e que tenhamos a boa ventura de morrer excomungados dessa [outra] Igreja, que não é a Igreja de Cristo assistida pelo Espírito Santo[32].

E, verdadeiramente, a posição de Dom Carmona, a posição Totalista e Sedevacantista, é a única que está completamente de acordo com as Escrituras e a Tradição. S. Paulo escreveu aos Efésios:

As mulheres sejam sujeitas aos seus maridos, como ao Senhor, porque o marido é cabeça da mulher, como Cristo é cabeça da Igreja, seu corpo, do qual ele é o Salvador. Assim como a Igreja está sujeita a Cristo, assim o estejam também as mulheres a seus maridos em tudo. Maridos, amai as vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja e por ela se entregou a si mesmo, para santificá-la, purificando-a no batismo de água pela palavra, para apresentar a si mesmo esta Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e imaculada[33].

O Papa Bonifácio VIII começou sua famosa bula Unam Sanctam (1302) com estas palavras:

Impelidos pela fé, somos obrigados a crer e defender a una e santa Igreja Católica, e ademais, apostólica, e com firmeza cremos e confessamos (esta Igreja), fora da qual não há salvação nem remissão dos pecados, conforme o proclama o Esposo no Cântico: “Porém uma só é a minha pomba, a minha perfeita: ela é a única para sua mãe, a predileta da que lhe deu o ser” (Cant. 6:8) [34].

Nós, Totalistas, declaramos, com Dom Carmona e o Sr. Omlor, que essa “Igreja” do Vaticano II não tem absolutamente nada a ver com a verdadeira Igreja de Cristo. Não podemos identificar a organização eclesial de Jorge Mario Bergoglio com a Igreja sem “mancha nem ruga”, que é “santa e imaculada”, e “a perfeita”.

Mas se alguém ainda está em dúvida sobre se a organização eclesial de Jorge Mario Bergoglio é a mesma coisa que a Igreja Católica, não precisa acreditar nos Totalistas para saná-la. Tudo que precisa fazer é pegar o seu Catecismo de Baltimor [35], ver as quatro notas características da Igreja e tentar encontrá-las na igreja de Bergoglio. Estas quatro notas características são [36]:

Por que a Igreja Católica é una?

A Igreja Católica é una porque todos os seus membros, segundo a vontade de Cristo, professam a mesma fé, têm o mesmo sacrifício e os mesmos sacramentos e estão unidos sob a mesma e única cabeça visível, o Papa.

Por que a Igreja Católica é santa?

A Igreja Católica é santa porque foi fundada por Jesus Cristo, que é todo-santo, e porque ensina, segundo a vontade de Cristo, santas doutrinas, e providencia os meios para viver-se santamente, conferindo santos membros a todas as eras.

Por que a Igreja Católica é católica ou universal?

A Igreja Católica é católica ou universal porque, destinada a perdurar para sempre, nunca falha em cumprir o mandamento divino de ensinar a todas as nações todas as verdades reveladas por Deus.

Por que a Igreja Católica é apostólica?

A Igreja Católica é apostólica porque foi fundada por Cristo sobre os apóstolos e, segundo a Sua divina vontade, foi sempre governada pelos seus legítimos sucessores.

Obviamente a indagação, se a organização eclesial de Bergoglio é a verdadeira Igreja de Cristo ou não, é algo que nenhum católico pode permanecer em dúvida. Mas a verdadeira Igreja sempre tem as respostas, e oferece aos seus membros os meios para sanar quaisquer dúvidas pertinentes à fé e à moral. E para muitos pode ser que a mensagem dos Totalistas, de que a igreja de Bergoglio é uma seita herética, é “uma afirmação dura”[37]. Mas, como uma vez disse Sherlock Holmes: “Qualquer verdade é melhor que dúvida indefinida.”[38]

4. Bergoglio é elegível ao Papado?

Uma outra grande diferença entre a Tese e o Totalismo é a questão se Bergoglio foi eleito para receber o papado. Ou, como a exprime o Pe. Dutertre:

A Tese discorda do totalismo na explicação de como esses requerentes ao papado não foram verdadeiros papas[39].

Esta é mais uma grande dificuldade com o universo da Tese, porque uma mente humana normal não funciona dessa maneira. Seria como se eu pedisse a um de meus alunos para explicar de que modo eu não sou o Presidente dos Estados Unidos. Um estudante mediano provavelmente acharia esse pergunta muito confusa, pois uma mente normal compreende que ou uma pessoa é o Presidente ou não é.

Não obstante, em sua entrevista ao Podcast da Família Católica, Dom Sanborn diz que sim, um Papa que caísse em heresia deixaria ipso facto [pelo próprio fato] de ser membro da Igreja. Mas para que sua exclusão da Igreja tenha um efeito legal, o culpado precisaria ser condenado por ela. Ele dá uma longa lista de teólogos, tais como Caetano, Billuart, S. Roberto Belarmino, todos os quais diriam o mesmo da Tese, isto é, para que Bergoglio não seja legalmente o Papa-eleito, faz-se necessária uma declaração da Igreja, caso contrário ele retém a designação ao papado, da mesma forma que acontece com o Presidente-eleito dos Estados Unidos. Um corpo legal precisa anular a eleição, e se ela não for anulada, e Bergoglio se convertesse, ele se tornaria Papa.[40]

Mas esta posição é inteiramente falsa. Consoante observou o Pe. Cekada, é por lei divina que uma pessoa que não professa a fé Católica é incapaz de ser validamente eleita para receber o papado.[41] O Papa Pio XII ensina em Mystici Corporis (1943):

Na verdade, só podem ser enumerados entre os membros da Igreja aqueles que receberam o batismo de regeneração e professam a verdadeira fé, e não tenham, para sua infelicidade, se separados da estrutura do Corpo, ou por pecados gravíssimos não tenham sido excluídos pela legítima autoridade. Nem se pode pensar que o Corpo da Igreja é feito, nos seus dias de sua peregrinação terrena, apenas de membros notáveis por sua santidade, ou que ele consiste apenas naqueles que Deus predestinou para a eterna bem-aventurança. Pois nem todo pecado, seja qual for sua gravidade, é daqueles que pela sua própria natureza separa um membro do Corpo da Igreja, como os de cisma, heresia ou apostasia[42].

Vemos, portanto, que Pio XII, com palavras nada obscuras, ensina que a separação da Igreja Católica pode acontecer seja por excomunhão proferida pela própria Igreja, seja por separar-se dela por conta própria ao cometer um pecado de cisma, heresia ou apostasia.

Ademais, embora o colégio eleitoral possua o poder de eleger o Presidente[43], todavia nem os eleitores papais nem os presidenciais possuem poder de eleger quem quer que eles queiram. O colégio eleitoral dos Estados Unidos dispõe de restrições rigorosas, prescritas na Constituição, no que se refere a quem é elegível para a Presidência. E essas qualificações constitucionais estabelecem que o Presidente-eleito precisa:

  1. Ser um cidadão nato;
  2. Ter pelo menos 35 anos; e
  3. Ter residido nos Estados Unidos por pelo menos 14 anos.[44]

Ilhan Omar, deputada federal do estado de Minnesota pelo Partido Democrata, nasceu na Somália em 1982 e é uma cidadã naturalizada dos Estados Unidos. Ela, portanto, é constitucionalmente inelegível para a Presidência. Mesmo que ela concorresse, ganhasse em todos os 50 estados, e fosse unanimemente eleita pelo Colégio Eleitoral, nenhuma eleição legal pode dar-lhe algo que ela está impossibilitada de receber, a saber, a Presidência dos Estados Unidos.

De forma semelhante, é falso o que alega o Pe. Dutertre, que “hereges não declarados podem eleger validamente e ser validamente eleitos na Igreja”[45]. Como salienta o Pe. Filippo Maroto, um consultor do Santo Ofício que trabalhou na preparação do Código de 1917, a validade da eleição papal depende exclusivamente da lei divina; e os impedimentos dados pela lei divina tornam a eleição do Romano Pontífice inválida. E as qualificações do eleito é que ele:

  1. esteja com o uso da razão;
  2. seja do sexo masculino;
  3. seja um membro da Igreja, razão pela qual infiéis, hereges, cismáticos e apóstatas não podem ser validamente eleitos.[46]

Mas, sobre Bergoglio ser um verdadeiro Papa-eleito ou não, é completamente irrelevante o que Dom Sanborn tem a dizer, o que o Pe. Dutertre tem a dizer, o que o Pe. Cekada tem a dizer, ou o que eu tenho a dizer. No mundo real, Jorge Mario Bergoglio, batizado em 25 de dezembro de 1936 na Basílica Maria Auxiliadora e S. Carlos em Buenos Aires, ou:

  1. é um membro da Igreja Católica; ou
  2. não é um membro da Igreja Católica.

E nada mais. Estas são as duas únicas alternativas existentes. E se ele é um membro da Igreja, ele é capaz, não apenas de ser eleito ao papado, mas também de efetivamente receber o papado.[47]

No entanto, se ainda se sustenta que a Tese é verdadeira, e que um apóstata público pode ser validamente eleito ao papado, pode-se da mesma forma assegurar que Ilhan Omar pode ser eleita ao papado. Se o papa-eleito pode ser dispensado de professar a Fé Católica e de ser um membro da Igreja, da mesma forma pode ser dispensado de ser batizado, ou de ser do sexo masculino, também. Essa é uma conclusão lógica, quando se considera que uma lei humana pode sobrepor-se à lei divina.

5. De onde sairá o Papa, então?

A respeito da pergunta sobre como a Igreja poderia ter um verdadeiro Papa novamente, três teorias foram sugeridas:

  1. Intervenção divina direta;
  2. Um Concílio Geral imperfeito;
  3. A Tese, isto é, a conversão de Bergoglio à verdadeira Fé.[48]

Nós, Totalistas, somos freqüentemente criticados de não levar a sério o problema da sucessão Apostólica e de simplesmente dizer “Deus solucionará a crise”. Nunca entendi por que confiar e esperar em Deus seria um pecado tão terrível. Dom Dolan sempre enxergou essa crise como um castigo de Deus para qual os Católicos precisam fazer reparação, em vez de um problema enorme que homens devem resolver. A impaciência para resolver esse “problema” me recorda da pergunta dos Apóstolos a Jesus: “Senhor, porventura chegou o tempo em que vais restaurar o reino de Israel?” E Ele respondeu: “Não vos pertence a vós saber os tempos nem os momentos que o Pai reservou ao seu poder.”[49]

A revelação privada mais citada para a restauração do papado foi recebida pela Venerável Elisabetta Canori Mora (1774 – 1825), membro professo da Ordem Terceira dos Trinitários. Ela uma vez teve uma visão na qual S. Pedro descia do Céu, revestido dos paramentos pontifícios e cercado de anjos, e protegia os fiéis dos atos de violência. Para celebrar a vitória sobre os perseguidores e demônios, os fiéis eram levados aos pés de S. Pedro a fim de prestar-lhe homenagem. O próprio S. Pedro escolhia um novo papa que reorganizaria a Igreja e reestabeleceria as ordens religiosas, e esse novo papa era reconhecido em todos os países do mundo como o Vigário de Cristo.[50]

Então, na hipótese da intervenção divina, S. Pedro simplesmente escolhe e sinaliza quem é o novo Papa. E este pode muito bem ser alguém que já seja um Bispo sagrado tanto validamente bem como legalmente, e não há necessidade de estabelecer nenhuma “nova” hierarquia.

A idéia de um Concílio Geral Imperfeito foi desenvolvida pelo Cardeal Tomás Caetano (1469 – 1534), que afirma que, caso o Colégio de Cardeais seja extinto, o direito de eleger um Papa recairia sobre o clero de Roma, e deste para a Igreja universal.[51] Eu pessoalmente não apóio essa solução, porque todo o conceito de “Concílio Geral imperfeito” é uma contradição de termos; “Concílio Geral” é “perfeito” pela sua própria definição e, em todo caso, convocar um Concílio Geral é um ato reservado ao Papa, o que é um pouco problemático nos nossos tempos.

Mas mesmo esta idéia é melhor que a solução da Tese, porque ao menos ela põe a solução para a crise na Igreja nas mãos de Católicos, enquanto a Tese a deposita nas mãos de Bergoglio e de seus falsos Bispos, hereges e apóstatas. Se nós, Totalistas, somos acusados e criticados por depositar nossa fé e esperança em Deus, em vez de homens[52], com alegria declaramo-nos culpados destas incriminações.

Conclusão

Dom Guérard des Lauriers elaborou sua Tese na década de 1970, quando Paulo VI ainda era o pretenso papa. Provavelmente, naquela época, quando as paróquias e o próprio Vaticano ainda estavam livres da idolatria e da aceitação pública da imoralidade, a Tese ainda era uma explicação aceitável para a crise na Igreja. E talvez nos conclaves de 1978, nos quais ainda restavam Cardeais válidos e o Cardeal Giuseppe Siri era um forte candidato a ser eleito ao papado, a estrutura Novus Ordo poderia ter sido salva. Mas, nos nossos dias, a organização eclesial de Jorge Mario Bergoglio já não se parece com a Igreja Católica nem mesmo remotamente. E é por isso que a Tese é desesperadamente obsoleta nos nossos dias. Se a igreja de Bergoglio é a Igreja Católica, então a verdadeira Igreja pode designar um falso papa. E se ela não é a verdadeira Igreja, então uma falsa igreja pode designar um verdadeiro Papa.

Pe. Vili Lehtoranta

West Chester, OH, Festa de Todos os Santos, 1º de novembro, 2022


Bibliografia

Bainvel, Jean-Vincent

1909 Apostolicité – Dictionnaire de Théologie Catholique. Tome I. Deuxième partie. Paris: Letouzey et Ané.

BC

2018 The New Confraternity Edition Revised Baltimore Cate- chism No. 3. Elkhorn, WI: St. Jerome Library.

Benigni, Umberto

1913 Carmelengo. – The Catholic Encyclopedia. Volume III. New York, NY: The Encyclopedia Press.

Biskupek, Aloysius

1935 Ordinations. A Translation and Explanation of the Rite of Ordination. Techny, IL: Mission Press, S.V.D.

Cekada, Anthony

2021a Don’t Get Me Started! Vol. I. Road to Sedevacantism. West Chester, OH: St. Gertrude the Great Church.

2021b Don’t Get Me Started! Vol. II. The Controversialist. West Chester, OH: St. Gertrude the Great Church.

2021c Don’t Get Me Started! Vol. III. Whatever. West Chester, OH: St. Gertrude the Great Church.

CCL

2001 The 1917 or Pio-Benedictine Code of Canon Law. Edward N. Peters (ed.) San Francisco, CA: Ignatius Press.

Despósito, Nicolás E.

2019 The Cassiciacum Thesis. A Brief Exposition

DS

1963 Enchiridion Symbolorum Definitionum et Declarationum de Rebus Fidei et Morum.Ed.32.Freiburg im Breisgau: Herder

Dutertre, Damien

2022a On the Lack of Intention to Accept the Papacy

2022b On the Canonical Crime of Heresy in Relation to the Thesis

DZ

2009 The Sources of Catholic Dogma. Boonville, NY: Preserving Christian Publications.

Herbert, Mary Elizabeth (ed.)

1878 Life Of The Venerable Elizabeth Canori Mora. London: R. Washbourne.

Iribarren, Isabel

2005 Durandus of Saint-Pourçain. A Dominican Theologian in the Shadow of Aquinas. Oxford: Oxford University Press.

Maroto, Philippo

1919 Institutiones Iuris Canonici ad Normam Novi Codicis. Tomus II. Madrid: Editorial del Corazon de Maria.

Omlor, Patrick Henry

1998 The Robber Church. Stouffville, Canada: Studio Graziano.

Parente, Pietro et al.

1952 Dictionary of Dogmatic Theology. Milwaukee, WI: The Bruce Publishing Company.

Ricossa, Francesco

2016 Pope, Papacy and the Vacant See

Short Explanation of the Thesis

2021 Short Explanation Why We Reject the Thesis of Guerard des Lauriers. – http://www.sgg.org/wp-content/uploads/2021/12/SHORT-EXPLANATION-WHY-WE-REJECT-THE-THESIS-OF-GUERARD-DES-LAURIERS.pdf. Disponível em português em: https://www.seminariosaojose.org/artigos/breve-explica%C3%A7%C3%A3o-do-porqu%C3%AA-de-n%C3%B3s-rejeitarmos-a-tese-de-gu%C3%A9rard-des-lauriers

Notas

[1] N.T.: https://www.fatherlehtoranta.com/

[2] N.T.: St. Gertrude the Great Roman Catholic Church. http://www.sgg.org/

[3] N.T.: The Catholic Family Podcast. https://catholicfamilypodcast.podbean.com/.

[4] N.T.: Most Holy Trinity Seminary. https://mostholytrinityseminary.org/

[5] N.T.: https://www.sodalitiumpianum.com/

[6] N.T.: A referida entrevista completa e legendada em português pelo Seminário São José pode ser visualizada no endereço: https://www.youtube.com/watch?v=dKqqRQlkFaw&ab_channel=Semin%C3%A1rioS%C3%A3oJos%C3%A9

[7] DZ 1823.

[8] BC 144.

[9] “Fraternidade de Pio”; trata-se aqui de uma rede não-oficial de informações e denúncias antimodernista organizada pelo monsenhor sob o pontificado de S. Pio X (1903 – 1914) a fim de garantir o cumprimento das condenações do modernismo prescritas na Encíclica Pascendi Dominici Gregis e no Decreto Lamentabili Sane Exitu, ambos publicados em 1907. Não confundir com o Instituto Mãe do Bom Conselho (IMBC), que também faz uso desse nome. N. do T.

[10] Benigni 1913, 217.

[11] Cf. Declaração de Mons. Thuc et al., 26 de maio de 1983.

[12] Dutertre 2022a, 2.

[13] Dutertre 2022a, 8.

[14] Ricossa 2016, 18.

[15] Bainvel 1909, 1625.

[16] Omne quod non est ex fide, peccatum est, schismaticum est, et extra unitatem Ecclesiæ est. Biskupek 1935, 50.

[17] “Absolutely Null and Utterly Void” (2006), em português está disponível em: https://www.seminariosaojose.org/artigos/a-invalidade-do-rito-de-sagracao-episcopal-de-1968. Cekada 2021b, 278 – 325. “Still Null and Still Void”. Cekada 2021b, 356 – 381.

[18] Despósito 2019, 8. Grifos do autor.

[19] João 10:1-2.

[20] CCL 197 §1.

[21] Cekada 2021b, 63-64.

[22] “Traditional Priests, Legitimate Sacraments” (2003). Cekada 2021b, 129-139.

[23] Despósito 2019, 6.

[24] L’Osservatore Romano, Edição Inglesa, 18 de abril de 1983, p. 12.

[25] Dutertre 2022b, 38.

[26] Despósito 2019, 5.

[27] Parente 1952, 160, 200.

[28] Os Dominicanos, na tradição de S. Tomás de Aquino, atacaram ferozmente o nominalismo, do qual um dos principais proponentes foi Durandus de Saint-Pourçain. Durandus (f. 1334), cujo nome significa “endurecido” ou “duradouro”, foi o conselheiro em matéria de teologia do Papa João XXII em Avinhão, e depois Bispo da diocese de Meaux de 1326 a 1334. Ele tinha constantes problemas com sua ordem por conta da sua oposição aos ensinamentos de S. Tomás de Aquino em várias questões teológicas e filosóficas. Existe um rumor difundido de que os Dominicanos escreveram como epitáfio em seu túmulo em Meaux esses versos: Durus Durandus jacet hic sub marmore duro. An sit salvandus, ego nescio nec quoque curo. Que podem ser traduzidos como: “O obstinado Durandus jaz aqui sob o mármore duro. Se ele foi salvo, não o sei, nem me importo”. Como o local do enterro de Durandus não foi preservado, não podemos confirmar nem negar esse boato. Iribarren 2005, 9.

[29] “Robber Church”, no texto original em língua inglesa. N. do T.

[30] Omlor 1998, 164.

[31] O autor refere-se às justificativas disparatadas perante o grande júri do ex-presidente americano Bill Clinton sobre suas relações extraconjugais com a estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky entre 1995 e 1997 e eventos relacionados. Na ocasião, o então presidente pelo Partido Democrata alegou que não mentiu quando negara aos seus principais assessores a indagação feita no presente do indicativo se as acusações eram verídicas, já que naquele momento específico, isto é, naquele dia, de fato não havia tido as referidas relações. O caso repercutiu no mundo inteiro e ficou conhecido como o “escândalo Clinton-Lewinsky”. N. do T.

[32] Carta ao Arcebispo de Chihuahua, Adalbert Almeida, maio de 1985.

[33] Efésios 5:22-27.

[34] DZ 468.

[35] N.T.: Baltimore Catechism. Trata-se de um catecismo tradicional muito difundido nos países anglófanos.

[36] BC, qq. 156-159.

[37] Cf. João 6:60.

[38] Arthur Conan Doyle: The Adventure of the Yellow Face (1893).

[39] Dutertre 2022a, 1. Grifo do autor.

[40] https://mhtseminary.libsyn.com/webpage/interview-catholic-family-podcast-interviews-bp-sanborn.

[41] “Bergoglio’s Got Nothing to Lose” (2014). Cekada 2021c, 244-255.

[42] DS 3802-3803.

[43] N.T.: No sistema eleitoral americano, a população elege os delegados que compõem o colégio eleitoral; estes, por sua vez, elegem o Presidente da República.

[44] Artigo II, Seção 1, Cláusula 5.

[45] Dutertre 2022a, 2.

[46] Maroto 1919, 171-172, #784; Cekada 2021c, 248.

[47] Short Explanation of the Thesis.

[48] Cekada 2021a, 383.

[49] Atos 1:6-7.

[50] Herbert 1878, 137-139.

[51] Cekada 2021a, 383.

[52] Cf. Sl. 145:2-3.